(...) Mas podemos sem dúvida ressaltar esse tema geral de que, em nossas sociedades os sistemas punitivos devem ser recolocados em uma certa "economia política" do corpo: ainda que não recorram a castigos violentos ou sangrentos, mesmo quando utilizam métodos "suaves" de trancar e corrigir, é sempre do corpo que se trata- do corpo e de suas forças, da utilidade e da docilidade delas, de sua repartição e de sua submissão. (FOUCAULT in Vigiar e punir)
Ah, uma citação perfeita de OTTOBONI, Mário que amo, e encontrei seu livro em um SEBO (AMOOOO SEBO), diz assim: "É melhor preparar o homem para voltar ao convívio social do que abandoná-lo à própria sorte, nos fundos de uma cela, onde, ao final da pena, sua presença na comunidade passa a representar seríssimo perigo pelo aumento da periculosidade que o convívio carcerário representa."
p.s.: O blog não tem finalidade jurídica, mas como o Direito Penal faz parte do meu rol de paixões, quis explanar um tema que amo e um autor que cito muito em meus trabalhos. Aí peguei minha monografia de graduação, na qual trabalhei a questão do "tempo como pena!" É um assunto maravilhoso de se escrever, principalmente quando abordamos sob o enfoque da relação de poder estatal e, a vigilância como pena. O Estado se apossando do que é mais precioso do criminoso: seu tempo!!!Sua alma, sua vida!Saimos dos suplicios das penas e vamos para uma certa forma "doce" de se apossar do corpo do indivíduo. E mais instigante e emocionante quando trabalhamos com autores como: Nietzsche, Foucault ( QUE SOU APAIXONADA!) dentre outros que abordam, com muita propriedade, sobre o Poder-saber. O poder estatal sobre o corpo do condenado! Aos que escolheram ser bem mais do que um simples operador dos códigos, e optaram em ser PESQUISADORES, tema muito bom!
Infelizmente não é isso que acontece em nossa esplêndida sociedade contemporânea.
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A crítica é exatamente esta!!Por isso uso as obras dos caras que mais criticaram o poder estatal e as penitenciárias!
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