segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"A docilidade das penas"

(...) Mas podemos sem dúvida ressaltar esse tema geral de que, em nossas sociedades os sistemas punitivos devem ser recolocados em uma certa "economia política" do corpo: ainda que não recorram a castigos violentos ou sangrentos, mesmo quando utilizam métodos "suaves" de trancar e corrigir, é sempre do corpo que se trata- do corpo e de suas forças, da utilidade e da docilidade delas, de sua repartição e de sua submissão. (FOUCAULT in Vigiar e punir)

Ah, uma citação perfeita de OTTOBONI,  Mário  que amo, e encontrei seu livro em um SEBO (AMOOOO SEBO), diz assim: "É melhor preparar o homem para voltar ao convívio social do que abandoná-lo à própria sorte, nos fundos de uma cela, onde, ao final da pena, sua presença na comunidade passa a representar seríssimo perigo pelo aumento da periculosidade que o convívio carcerário representa."


p.s.: O blog não tem finalidade jurídica, mas como o Direito Penal faz parte do meu rol de paixões, quis explanar um tema que amo e um autor que cito muito em meus trabalhos. Aí peguei minha monografia de graduação, na qual trabalhei a questão do "tempo como pena!" É um assunto maravilhoso de se escrever, principalmente quando abordamos sob o enfoque da relação de poder estatal e, a vigilância como pena. O Estado se apossando do que é mais precioso do criminoso: seu tempo!!!Sua alma, sua vida!Saimos dos suplicios das penas e vamos para uma certa forma "doce" de se apossar do corpo do indivíduo. E mais instigante e emocionante quando trabalhamos com autores como: Nietzsche, Foucault ( QUE SOU APAIXONADA!) dentre outros que abordam, com muita propriedade, sobre o Poder-saber. O poder estatal sobre o corpo do condenado! Aos que escolheram ser bem mais do que um simples operador dos códigos, e optaram em ser PESQUISADORES, tema muito bom!

2 comentários:

  1. Infelizmente não é isso que acontece em nossa esplêndida sociedade contemporânea.

    http://cogumex.blogspot.com/

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  2. A crítica é exatamente esta!!Por isso uso as obras dos caras que mais criticaram o poder estatal e as penitenciárias!

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