terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Que me desculpem os apáticos: não tenho medo de sentir, eu sinto muito."

Quando chegar o momento, morrerei por alguma das mazelas desse mundo, menos por covardia afetiva. Desse mal, de antemão, eu sei que não morro. Não mais.
Como faz com toda gente, a vida já aprontou tantas comigo, já me testou emocionalmente de tantas maneiras, já cansou tanto a minha beleza com suas armadilhas medidoras de fé, que, no fim das contas, ou aqui bem no meio delas, ela me trouxe a graça e a liberdade de experimentar viver com um coração que não é de todo valente, mas que é humano.
Coração humano é feito para o afeto, quer a gente consiga viver ou não esse chamado. Coração humano é feito as borboletas, imaginado para espalhar pólen de luz, alegria, bondade, amor, de incontáveis jeitos, nesse imenso jardim, com a vantagem preciosa de geralmente viver muito mais tempo do que elas. Coração humano, por essência, é criador de beleza. É rascunho de Deus pra gente passar a limpo. E quanta dor acontece, meu Deus, porque a gente não passa.
Que me desculpem os apáticos: não tenho medo de sentir, eu sinto muito.
 
 
Ana Jácomo

2 comentários:

  1. Eu sinto muito, coração...Mas não sei viver sem sentir, mesmo quando sinto que me dói, ainda assim prefiro sentir...
    Sou e vivo imperfeito, pois faço uso só do Sentimento!

    Adorei o texto, muito bem escolhido...
    Grato por sua visita, após chegar ao Mundo do Gê, ele passa a ser seu também, pois agora você possui as chaves, entre quando puder, quando quiser...Será sempre bem-vinda!

    Abração!

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