domingo, 22 de janeiro de 2012

De coração aberto



Ao contrário do que sentem, pensam e até dizem certos homens do nosso tempo, as mulheres são seres maravilhosos. E não só fisicamente, se foi nisso que você pensou. Elas são mais humanas, mais carinhosas e – de tempos em tempos – mais duramente sinceras que a maioria de nós.
Dizem verdades que podem doer? Dizem. E ficamos emburrados? Ficamos. Mas elas também admitem verdades, duras de confessar, a respeito de si mesmas, virtude que nem os mais virtuosos dos homens costumam cultivar.
Se dependesse de escolha nossa, seríamos apresentados eternamente como perfeitos e acima de qualquer suspeita, diante dos homens, das mulheres e até do Deus em que cada um acredita.
Já as mulheres às vezes nos surpreendem com o seu despojamento e arrasadora sinceridade a respeito de si mesmas. Juntamos os sentimentos e as palavras de algumas delas, para que os garotos percebam o quanto essas meninas de hoje são melhores do que nós.
Por merecimento ou mero acaso, se você conhece mulheres tão sinceras e corajosas quanto a jornalista Dani Zupo e a Prima Nietta, saberá do que estamos falando.
E, se algum dia tiver o privilégio de trocar ideias com outra jornalista, a Márcia Yellow, também verá que ela é capaz de discordar ou concordar de você um milhão de vezes, com a mesma sinceridade. E será dura nas palavras, se for preciso.
Outro dia, Dani reconheceu expressamente um sentimento que homem algum teria coragem de revelar: “Nós, mulheres, temos várias qualidades, mas entre elas não está a de admirar publicamente outras mulheres. Quanto a mim, tenho o mau hábito de só dizer o que penso quando gosto de alguém, o que torna ainda mais difícil a admiração feminina”.
Entretanto, senhoras e senhores, a própria Dani e a Prima Nietta não escondem de ninguém a admiração mútua que cultivam. E Dani até acha necessário explicar:
- Tietta (é o outro nome da Prima Nietta) aprendeu a gostar de mim assim e a entender que o que está por trás da minha “franqueza”, como se diz na roça, é o meu jeito de gostar e me preocupar.
E partimos então para o extremo Sul do Brasil e lá encontramos a Fernanda Barcellos, jovem especialista em Direito e em sinceridade.
Recentemente, ela postou no seu blog um pedaço do seu coração, que fala mais alto que qualquer discurso. Fernanda é o oposto daqueles que só desejam agradar, a qualquer preço. Vale a pena transcrever, com a permissão da autora:
“Desculpa, mas não sou perfeita. E nem sei se gostaria de ser. Perfeitos não erram e, logo, não aprendem! Não apimentam, não contestam, não se apaixonam... não se entregam, e não amam. Perfeição me dá sono, me enjoa, me incomoda, me entedia! Gosto dos que erram, dos que se assumem humanos. Dos que se assumem como seres em evolução. Não sei se gostaria de ser algo que não sou. Não sei se gostaria de alguém que quisesse que eu fosse algo que não sou. Eu não sou perfeita, sou humana”.
Dani concordaria com ela, embora saiba que a maioria não pensa e age assim:
- Há os que não suportam outras verdades. E assim caminha a humanidade, se enganando mutuamente pra dizer o que – acredita – o outro quer ouvir. Um atraso desnecessário, você não acha? Só preciso exercitar o meu jeito de dizer, para ficar, digamos, mais suave.



[Tião Martins]



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