domingo, 30 de janeiro de 2011

Peço um minuto de silêncio!


            Muito se fala do papel da polícia como “protetora” da sociedade, “salvadora” da Lei e da Ordem. “Pacificadora” de todos os males. Mas, e quando a polícia se torna a vilã?
            À quem iremos recorrer?! Chegou ao meu conhecimento o relato de uma mãe que ao ligar para Brigada Militar da cidade de Santa Maria/RS, para efetuar uma denúncia sobre o desaparecimento do seu filho de 11 anos, teve que ouvir da Soldado que lhe atendeu, a seguinte frase: “tu que é uma péssima mãe!”
            Acredito que, embora a lei estabeleça um prazo mínimo de 24 h para buscas, a policial em questão, poderia ter sido mais HUMANA e profissional em sua conduta. Nada justifica uma resposta deste nível!
            Certamente essa Policial não possui filhos, sobrinhos, e muito menos sensibilidade, para entender o que é o desespero de uma mãe que não sabe o paradeiro do seu filho. Se ao menos, essa soldado, tivesse um pouco de sensibilidade no trato, entenderia um pouco o que aquela mãe estava sentindo naquele exato momento.
            Mas, ao contrário da compreensão, de algum alento, essa mãe recebeu duras críticas, sentiu-se sem rumo e com uma latente pergunta: “pra quem eu tenho que pedir ajuda?!
            Ninguém nunca entenderá o grito de uma dor, não antes de passar por ela!
            Sempre achei desprezível alguém fazer algo que lhe traga infelicidade, por essa razão sou adepta da citação de Albert Camus onde ele diz: “Sem trabalho, toda vida apodrece. Mas, sob um trabalho sem alma a vida sufoca e morre.”
            Pois bem, sem hesitar diria que falta ALMA nessa policial. De nada adianta exigirmos uma sociedade menos violenta, leis mais justas se a própria polícia violenta moralmente as pessoas que a ela recorrem e, quando a violência não é física, como estamos cansados de ver na mídia denúncias de abusos de autoridade, tortura, corrupções das mais variadas por parte da Polícia.
            Claro, que aqui nos fazemos valer daquela teoria que escuto desde o tempo da graduação de Direito sobre a árvore dos frutos envenenados. Tal teoria advém do Direito Norte Americano “fruits of poisonous tree” que possui em seu nascimento um preceito bíblico de que a árvore envenenada não pode dar bons frutos. Isto é, uma conduta equivocada de uma má profissional acaba envenenando todos os demais profissionais da área, acabamos perdendo a confiança nas pessoas que deveriam transmitir confiança, seriedade, profissionalismo, boa conduta ética e humana.
            Penso que quem está de fora, não pode condenar por condenar, não pode julgar, que legitimidade esta Policial possui para agir desta forma?! São essas as instruções que eles recebem de seus superiores? É este o tratamento que nós, sociedade, receberemos quando formos procurar a polícia? Tenho certeza que o trabalho desta policial não é o de julgar ou criticar as pessoas que ligam pedindo orientação ou ajuda. Isso só confirma o total despreparo, desrespeito com que estes policias estão se formando.
            Transcrevo aqui, parte da letra da música de Mercedes Sosa, que é o que mais peço na minha vida:Eu só peço a Deus Que a dor não me seja indiferente Que a morte não me encontre um dia Solitário sem ter feito o que eu queria. Eu só peço a Deus Que a injustiça não me seja indiferente. Pois, não posso dar a outra face, Se já fui machucado brutalmente.”
            Por fim, faço a mesma pergunta que aquela mãe se fez naquele momento de total desamparo e desespero: “PARA QUEM TEMOS QUE PEDIR AJUDA?!”           
Penso que, todos nós como cidadãos que somos, deveríamos fazer um minuto de silêncio para lamentar a desumanização, a falta de respeito, pelo despreparo e decadência nos mais diversos setores, pela falta de ética e amor ao próximo que estamos vivenciando cada vez mais em nossa sociedade!

Fernanda Barcellos

Um comentário:

  1. Putz...menti pra ti lá...foi no outro post o beijooooooooo...hehehehehe
    Mas li tudinho também tá ? Li, pq tá tudo corretinho...
    Hum rum..
    Então, beijo de novo Fê..hehehe
    Tchau

    ResponderExcluir